Hoje me aproximo para compartilhar minhas reflexões sobre a atual conjuntura econômica brasileira. O país encontra-se em uma fase de ajustes e reajustes, com eventos recentes no mercado financeiro a indicar essas mudanças. A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, perdeu seu ritmo, ontem 03/08/2023, após ultrapassar a marca de 122 mil pontos, precisamente no dia seguinte ao corte da taxa Selic pelo nosso Banco Central. Ao mesmo tempo, o dólar teve uma expressiva alta, sugerindo um reajuste no mercado cambial (a conferir).

Não sou economista e tampouco um dos muitos “especialistas” que se avolumam por todos os lugares Brasil afora. Sou apenas um observador atento e, como tal, vejo estes movimentos como peças de um ciclo econômico maior. Apesar das irresponsáveis pressões por parte do executivo federal, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem conduzindo com firmeza e assertividade a política monetária visando a estabilidade da moeda no longo prazo. A redução da taxa Selic é um esforço do Banco Central em reanimar a economia já que esta serve como referência para precificar o crédito que, mais barato, propicia investimento e consumo. Contudo, esta ação pode conduzir a uma desvalorização do real, uma vez que investimentos na nossa moeda se tornam menos lucrativos.

Por outro lado, a valorização do dólar (veremos se será apenas um “voo de galinha”) pode ser encarada como uma chance para nosso comércio internacional, especialmente no que tange às exportações. Com um real desvalorizado, nossos produtos ganham vantagem competitiva no mercado internacional, pois compradores estrangeiros conseguem adquirir mais produtos com a mesma quantia de sua moeda.

Adicionalmente, o Brasil detém uma economia diversificada com uma forte presença nos setores de commodities, como a soja, o minério de ferro e o petróleo. Estes produtos são cotados em dólares no mercado internacional. Portanto, a valorização do dólar pode incrementar a receita em reais dessas exportações, beneficiando os produtores nacionais.

Todavia, é crucial lembrar que uma moeda desvalorizada também eleva o custo das importações, o que pode culminar em inflação, caso os produtores decidam repassar esses custos aos consumidores. Por isso, o Banco Central deve ficar atento à inflação e estar preparado para adaptar a política monetária conforme a necessidade.

No quesito oportunidades, acredito que as empresas brasileiras devem explorar este momento para ampliar suas exportações, especialmente para mercados emergentes na Ásia e na África, onde a demanda por commodities está em ascensão. Empresas de tecnologia e serviços também podem tirar proveito da desvalorização do real, pois podem oferecer seus serviços a preços mais competitivos no mercado internacional. A indústria de alimentos nacional já é bastante reconhecida internacionalmente e a intensificação de comércio em nichos como “mercado da saudade” pode se revelar bastante oportuna de agora em diante. O mercado de Móveis, por exemplo, teve aumento nas suas exportações neste primeiro semestre de 2023 e, em se mantendo essa realidade cambial, poderemos ter um segundo semestre ainda mais glorioso.

Finalmente, é vital lembrar que a economia é um sistema complexo e interligado, onde mudanças em uma área podem gerar efeitos em cadeia em outras áreas. Portanto, é fundamental que os formuladores de políticas, empresários e investidores observem de perto a situação e estejam prontos para se adaptar às mudanças.

Em resumo, apesar dos desafios, estou convencido de que o atual cenário econômico brasileiro oferece oportunidades significativas para o comércio internacional, em especial, às exportações. Com a estratégia adequada e uma compreensão clara das dinâmicas do mercado, as empresas brasileiras têm a chance de se posicionar para aproveitar essas oportunidades e fomentar o crescimento econômico.

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